Casa Passiva - Conceito ou realidade?

Imprimir 03 jul 2016

Ter uma casa com balanço energético zero pode à partida ser considerado uma utopia. Mas se nada é impossível, assuma-se então o oposto e tudo é possível.

A procura incessante por soluções que contribuam para o bem-estar das habitações, gerando condições de conforto baseadas em controlo de temperatura já vem de longa data.

No Alentejo, a construção tradicional antiga com as paredes espessas de grande inércia térmica e pintadas de branco, conjugadas com janelas pequenas e em número reduzido, representam uma mais-valia quando se pensa na eficiência térmica das edificações e, sobretudo no verão, representam uma aposta ganha na preservação de condições amenas de habitabilidade: baixas trocas térmicas, ventilação controlada e baixa permeabilidade ao ar, monotonia de materiais. No inverno, um fogão/lareira maximiza o uso da energia: cozinhados, aquecimento do espaço, secagem de roupas, tudo na base de lume brando. O combustível, a lenha fruto da desmatação pela poda de árvores, malgrado a libertação de CO2, acaba por ser um mal menor dado que reduz o risco de incêndio devido do material combustível "livre".

Hoje, a passividade deste exemplo fará pouco sentido: usam-se outros materiais e conceitos construtivos e, se quisermos uma casa passiva, temos que pensar diferente: o conforto joga com a sustentabilidade no uso dos materiais e dos combustíveis e as soluções termicamente eficientes devem ser vistas com base não só no consumo directo de energia mas também na pegada ecológica que geram.

Assim, o conceito de casa passiva assenta principalmente na criação de condições de conforto de uma habitação com base no conjunto de pressupostos que se ilustram na figura.